Administradora de condomínios e relacionamento com condôminos
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Lourdes Ferreira
21 de agosto de 2019
Quando falamos em condomínios, logo pensamos em pessoas, entretanto, as pessoas são colocadas em uma posição pouco relevante quando falamos em administração de condomínios. Eis aí um paradigma que se criou com relação a Condomínios: as pessoas são um problema. Na verdade, não são. As pessoas são a solução para os problemas de qualquer condomínio. Neste artigo falaremos sobre o papel da administradora de condomínios na gestão do relacionamento com os condôminos e como este processo pode tornar a gestão mais eficiente.
Transparência na gestão da administradora de condomínios
O primeiro ponto a ser discutido nesta temática, o relacionamento com as pessoas que fazem parte do condomínio é a diferença em uma administração eficiente, limpa e transparente. Quando a administração privilegia as pessoas que fazem parte do condomínio, os resultados são muito melhores para todos. Quando as pessoas são envolvidas na administração, o trabalho de administrar é compartilhado, e o que seria um problema passa a ser uma experiência. Muitas vezes, a administração é vista como um TRIANGULO de relacionamento. O Síndico acima, e abaixo dele, lado a lado, mas em lados opostos, o zelador/gerente predial e a empresa administradora do condomínios. Se mudarmos a figura geométrica para um círculo, e enxergarmos que não há posição mais ou menos importante, porque não há começo e fim, a perspectiva muda. Vejamos como:
Identificando as características do condomínio
O Condomínio deve ser visto como uma comunidade formada por pessoas que, com características e interesses similares, buscam condições de segurança, conforto e bem estar muito parecidas. Quem vai morar em um Condomínio tem, geralmente, o mesmo perfil. A administradora de condomínios deve realizar a analise do condomínio e verificar o que une todos os moradores:
#1 Composição familiar (número de moradores)
#2 Padrão sócio econômico
#3 Qualidade de vida
#4 Idade dos moradores
#5 Número de crianças, adolescentes, idosos.
Encontrou a característica do seu Condomínio? Se encontrou, certamente encontrará entre essas pessoas expectativas muito parecidas.
Como a administradora de condomínios pode identificar as expectativas dos condôminos e transformar isso em boa gestão?
Como identificar estas expectativas? Ouvindo. Abrindo espaço para que as pessoas se manifestem, para que exponham o que esperam do lugar onde moram. Não bastam Assembleias que discutem Previsões Orçamentárias, Eleições, Obras, Normas, etc. Quando fazemos reuniões que discutem apenas assuntos burocráticos, afastamos a maior parte dos Condôminos, pois, para eles, isso pouco importa. O que interessa é O LAR que cada um deles tem, a família, a segurança, o bem estar, o conforto. No caso de condomínios comerciais, o que importa é o que se pode fazer para conseguir trabalhar em melhores condições, para atender melhor o cliente, para organizar melhor o dia a dia.
Ouvir significa se dispor a analisar a possibilidade de melhorar a vida das pessoas. Significa abrir espaço para fazer a diferença na vida das pessoas. Neste ponto, o SÍNDICO tem uma responsabilidade muito maior do que receber condomínio, pagar contas, cuidar dos funcionários, prestar contas. Quando o Síndico faz apenas isso, ele passa a ser visto como um empregado de todos, e não como um facilitador da vida em comum. Quando uma comunidade elege seu representante, no caso de Condomínio elege um Síndico, há a expectativa de ter alguém que possa fazer algo a mais. Aí entram as empresas administradoras de condomínios.
Receber condomínio, pagar contas, cuidar dos funcionários, prestar contas, e outras tarefas administrativas, o Síndico pode fazer sozinho, dedicando meia hora por dia ao Condomínio, certo? Com as facilidades do mundo moderno, não é preciso um grande sistema de administração de condomínios para que o Síndico consiga administrar o Condomínio. O Condomínio precisa mais do que isso. O Condomínio precisa de GESTÃO. Precisa interagir com as pessoas. Precisa ouvir e atender as expectativas das pessoas para criar formas de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Precisa identificar e dirimir conflitos entre as pessoas. Precisa conhecer sua população.
É preciso ter disponibilidade para administrar. É preciso estar disposto a ouvir, a discutir, a encontrar caminhos que possibilitem soluções para questões que vão além da burocracia que envolve a vida financeira do Condomínio, que não são menos importantes, mas são a parte mais fácil de qualquer administração de condomínio. A empresa que atua junto ao Síndico, deve estar disponível para intermediar essas relações de forma a promover mediações que atendam aos interesses de todos, preservando direitos, oferecendo garantias, estabelecendo obrigações. Somente desta forma o Condomínio se tornará um espaço de convivência onde todos os que partilham dos espaços, tenham uma interação saudável e feliz.